Arlete Soares, 83, fotógrafa e editora, é filha da Bahia, de Iemanjá e da Contracultura. Seu acervo analógico e digital desvela mundos culturais e reúne registros feitos em toda a Bahia e ao redor do mundo em inúmeras viagens e vivências ao longo de mais de cinco décadas.
Nos anos 1970, viajou da França ao Nepal a bordo de uma Kombi durante quase 2 anos, registrando o percurso em imagens. Em 1979, fundou a Editora Corrupio para publicar a obra de Pierre Verger e foi responsável por trazer os negativos de etnofotógrafo para o Brasil.
Como diretora da FGM articulou o Projeto Benin-Bahia, entre os anos de 1986 a 1988, que resultou na criação da Casa do Benin, espaço de valorização das relações culturais afro-brasileiras. Arlete é autora de um romance "Sobre Helen" (2022) e de seis livros de fotografia. Realizou diversas exposições e tem obras em importantes acervos.
Com o fechamento da Editora Corrupio, em 2020, a casa na Barra passou a abrigar exclusivamente o Acervo Arlete Soares (AAS), que reúne 70 mil slides e negativos. AAS é uma pequena galeria de arte com biblioteca e uma área externa batizada de Pátio Corrupio. O espaço tem recebido exposições, ocupações, projeções de filmes, lançamentos de livros e encontros festivos, onde artistas de várias gerações e campos da arte se encontram.